domingo, 20 de julho de 2014

volta e meia

vamos partir de onde?
vamos tentar denovo.

desta vez eu vou contar com uns truques na manga, pois não estou no mundo à passeio.
ontem mesmo me voltou uma certeza em meio a uns pacotes de macarrão instantâneo.
eu vou continuar a colorir seus dentes com o negro amargo que me vem a boca ao ver-te em vertigem.
eu vou reforçar o amargo. é bem verdade que eu vá fazer uma transfusão sanguínea
troca, comércio.
fica o amargo e vai-se o que puder escorrer. do féu ao céu. passando pelo réu. que na verdade sou eu.

eu quero assistir isso.

o trágico. uma luneta e astros maravilhados. ciência artesã. cosmo incólume. saraivada de tiros ao anoitecer.
vamos começar novamente.
vamos começar a pontuar os estreitos e largos vãos dos orifícios. as rachaduras que ficaram. o negro amago o negro amargo sangue telúrico do irremediável acontecido
vamos recortar fatos
personagens
tiras de jornal
tiros de entrelinhas
estrelas esquecidas

a vida vai dar outro salto
a cigana vai acertar
o medo vai dormir com você
te acordar
te lembrar
ressuscitar
e suscitar
que os clichês foram vencidos
a poética agora agrega profundas camadas
zonas inóspitas foram defloradas
estupradas em alto grau de resistência
estupraram
roubaram tudo
arrombaram
e não adianta acordar no dia seguinte
foi aquilo mesmo
vamos sitiar umas gazelas
vender umas galinhas
usar humor ácido
colocar Diabo Verde na história
além de limpar vai corroer pateticamente tudo o que estiver no caminho.

...

os dias tem me mostrado uma sorte de vãos
uma gama de intervalos
se não for por algo realmente transcendente
não sei qual é a missão.
não me compete a função?
se não for por mim, nem por ele,
nem por ninguém, será pelo quê?

talvez ideia que me engula madrugada adentro.

saravá mizifi borogodó. Deus nos altos céus.
nuvens em colapso.
 

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