segunda-feira, 22 de março de 2010

"ainda sinto frio [...] que bom!"

"...meus olhos se escondem onde explodem paixões[...]"
(não sei quem é o autor)




de início começo a me perguntar por onde passei e quando adquiri estes botões na blusa. e causas infundadas. e toda fuga. me deparo com uma vertiginosa paisagem. uma torre. sol. chuva e clichês. e sachets. muitos e de diversas cores. comecei a me preocupar com o veículo empregado na fuga. a me culpar por não corresponder aos desejos alheios ou simplesmente por deixar cair na poeira o que a tanto tempo eu sustentava imaculado em algum altar. também cultivo flores. e me entrego sem garantias a estranhos. confesso ser uma displicência este viés nos meus olhos e um deboche essa loucura encarcerada entredentes. mas acontece que se você se vale de armas. antes em guerra que a palmos contados abaixo do nível de algum mar. [morto] e quando você não me responde. ou simplesmente me abandona e não volta. me assusta um pouquinho. esses caminhos mal medidos. essa conversa com oráculo de óculos. a velocidade. a luz. os efeitos. a fumaça. a confusão. a lei que emerge do caos. e essa falta absoluta na cabeceira e nas manchas do lençol. eu perdi tudo. perdi meu pai na primeira infância. perdi meus dentes. perdi meus olhos. perdi valores. nem sei quando você vai me ligar. isso aqui poderia se tornar uma carta de amor. acontece que não tenho tempo pra investidas e mergulhos tão perigosos. continuo jogando no ponto morto pra conseguir fazer a passagem. continuo esperando o maldito telefonema. o convite. a salvação que chega a cavalo. o cálculo da necessidade metrada. eu seguir pra lugar nenhum. enquanto me restam umas moedas. um chambre e uma chícara descascada. minha cozinha continua uma bagunça. e não tenho previsão de volta.