terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ninguém explica, nem quer entender




recortes. incensos. sálvias em copos. menina perdida. foi embora e marcou na porta uma cruz. me deixou uma criança morta na porta. -Alexandre!!! vem aqui! ... foi embora.

soletrava parabólica até eu dormir. acabou com dois vidros de pêssegos em dois minutos. matou a socos e violentas facadas um tamanduá. pediu perdão pelo gesso riscado. salgou dois peixes. mentiu três vezes. embarcou em uma nave holandesa. percorrendo dois quarteirões. encontrei ele suando na porta. mentindo e suando. caindo e sumindo. fugindo. correndo. perdendo tudo ao redor denovo. caçando as formigas do esquadrão da morte, brincando de criança. morrendo na cabeceira pela quinta vez na semana. perguntei se estava bem. ele sempre mente. ele sempre quer ter um revólver pra me responder. calibre com maior precisão. mentiu quando entrei. mentiu quando fui embora. não quis saber se ele precisava de socorro. queria arrancar um rim no dente e arranhar os ossos da costela. vamos ter paciência meu senhor. por favor. eu sei que você perdeu muito tempo comigo. mas eu estou pedindo sem escrúpulos mil desculpas e jogo nos teus pés minha humilhação. perseguidos e assustada. trazendo um barulho de mar nos martelos. chorei o ciúme de tudo. rangia meus dentes ao sentir mais amor de outros que o meu. subia escalas volumétricas de dor. a sua mentira me fascina. me deixou ir embora sem adeus. e marcou um espinho nas minhas costas. disse que eu precisava duma lição. de como os homens se tornam touros e caminham em brasas. VOCÊ NÃO É MAIS CRIANÇA! ACORDA!