sexta-feira, 17 de abril de 2009

Você pode dormir quando estiver morto!


dá um medo de repente.
parece que uma bomba vai estourar a qualquer momento.
isso não é culpa do meu sutiã folgado.
isso deve estar perdido em alguma entrelinha
isso de sair pra pegar um sol, encontrar chuva
algumas coisas ainda estão úmidas
como miolo de pão
com leite amanhecido na mesa
alguma sujeira
vidro embaçado
coisas e cabeça torta
daquele degrau a reflexão parece contundente
precisa de uma chícara de café, mínima, dose única
precisa voltar
enchergar algo a olho nú
colher aquele abandono como de costume
resignar-se, já é grande, tem suas pernas
não quero usar pantufas

faz calor e frio ao mesmo tempo
o café tá frio.
com um pânico escondido num sulco da face.
ela sabe guardar segredos.
...