segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

homens são de morte


acontece que as provisões do dia anterior vieram na receita do verso da latinha de leite condensado. sem firulas merdafóricas sem sentido, acho que vou apelar para o auto-romance-peseudo-existencial-com implicações de gênero-a pior alternativa de meio e escrita. ele veio macio trazendo consigo metal e um cinto apertado. quer me fazer chorar. eu penso nele em toda boa oportunidade do meu dia. ele pensa que eu minto. não. hoje não. só pedi pra não me deixar sozinha [com um tom de mujer dramática] e como resultado tenho agora uma face branca, um leve rosa de mostruário de cores e um seio arranhado. não sei se é a melhor saída. mas faz sentido acordar e fazer café. pegar o cheiro dele na minha toalha. sofrer a pressão por uns segundos que escapam. alcançar uma nuvem com a mão. deixar me fazer de boba. não querer dizer que ele acredita numa mentira. o amor não existe. e os fortes não pensam, tampouco amam. encaram só pelo prazer mesmo. pressurização e massa de cimento. vou construir uma parede na largura do punho. não posso voltar pra casa e ver aquela cama bagunçada e pensar que está tudo bem. nem sempre fica no fim. talvez eu sinta agora o vazio daquelas que só valem umazinha e nada. daquelas que estão amargas e vão enferrujando por vontade própria em alguma prateleira de casa. das alienadas e idiotas que precisam de subterfúgios, escapadas e mentiras pra sustentar uma ilusão inventada por elas mesmas.
mulher é tudo igual. pode acreditar.
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