segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ponto final.


alguns se deprimem ao esperar o que não vem na última parada do trajeto [talvez seja uma tentiva]. ok. estou de partida. larguei de lado você e toda sua complicação. vou incendiar um tango em alguma plataforma móvel. vou trocar bilhetes por maçãs verdes. vou atirar no vigia em alguma madrugada. vou engolir tudo o que tinha ensaiado pra cena fatídiga. -pra mim, chega! como pra você 'se um não quer dois não brigam', então acredito que você não vai se importar. pode acreditar que outra igual a mim você vai ter bastante trabalho em encontrar. com minhas bagagens sobre os pés você já pode começar a acreditar que não volto. -não te quero mais. não quero me sujeitar a nada e a ninguém. entenda que acabou. que eu tento correr com o relógio pra te deixar de lado. sem garantias e pertences sem valia. posso aglomerar uma série de pontos de fuga. posso mudar de estação junto ao sol. minhas luas com suas cores eu coloco no penhor. me atiro à frente dos automóveis pra tentar chamar atenção. amor suicida excêntrico. segredos corruptíveis. em eterno estado de vigilância. cansei de testar meus limites emocionais. cansei das sessões de eletrochoque. evitei tanto voltar. evitei o quanto pude. vou colecionar mais uns dias tristes. engomar meus vestidos de malha e algodão. posso queimar diversos cigarros e contar umas mentiras planejadas com requinte de crueldade. critérios irrevogáveis. desculpas veladas e mortas. hoje posso ir dormir sem te esperar. não sei ainda quando o alívio vem, mas eu acredito que a escolha foi acertada. vou voltar a ouvir as músicas que falam das coisas que passam pela minha cabeça. às vezes ficar feliz é perigoso.