quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

-você não me engana


é o que minha mãe diz no auge de sua sapiência quando reconhece um problema em mim. me conhece como a palma de sua mão,sabe de cada coisa que eu seria capaz de fazer só me olhando bem fundo nos olhos. Ok mãe, você venceu. não sou aquilo que pensam que sou. minha crise de identidade tem maiores nuances. é menos rasa. eu gosto de aparecer mãe, também gosto de barulho pra não ouvir o que se passa dentro. também como desesperadamente pra aliviar o vazio. de alma e estômago. mãe, você sabe muito bem que me arrisco em saltos no escuro, que estou latindo pro cão da vizinha, que fumei maconha estragada logo na 1ª tentativa, que não fui feliz o quanto devia, que gosto daquelas manhãs que todas acordamos juntas e começamos a conversar e colocar nossas notícias em dia. Você sabe mãe, que agora eu preciso crescer, que enfim chegou minha hora de ir pro meu sertão de imaginação, pra minha lavoura inventada, pro meu cantão de Deus me livre. Você bem sabe também a falta que eu sinto daquele abraço de verdade de tempos bons.