quinta-feira, 3 de setembro de 2009

um devorador


"ele vinha sem muita conversa... sem muito explicar...

eu só sei que falava, cheirava e gostava de mar..."

(Chico Buarque)



às vezes eu não faço questão de muita coisa. mas quando se tem aluguel a pagar, irmãos menores, uma mãe louca e uma vida anormal, é meio perigoso ficar arriscando. eu sei que eu preciso de um pouco de sossego. mas eu sempre aposto no lugar errado. queria que esse demônio que devora tudo que tenho me largasse. sumisse. num passe de mágica desaparecesse! pra conseguir um abandono divino na caminhada. uma possível escolha acertada. direito ao sonho. contemplar meu sky beautifull, in blue. e como um anjo caído me comporto perturbadamente numa vasilhinha de condimentos.

ainda não decidi. uma metáfora em cada panela. um suspiro e um silvo breve. uma faca e nenhuma manteiga. coisas que não combinam. cores difusas. espectro de meia noite. maldição que não vinga. corpos com sangue debaixo da cama. presságio que não previne. casa de joão-de-barro sem areia. organoléptca hipótese. nenhum amigo de verdade. uma mistura estranha pra almoçar. uma maionese estragando. uma ervilha que pula. minha cozinha animada. meu fogão de brinquedo. não há suicídio. isso é um texto bem humorado. bem, eu tentei. as coisas andam muito sérias pro meu lado. e eu tô começando a ficar realmente preocupada.



Só DEus. eu quero o lado divino e sublime da matéria.

me perdoe pai e mãe. eu também não queria.