sábado, 23 de junho de 2012

banho de zinco



eu costumava fazer mais disso, mas eu perdi umas coisas, até hábitos, levei umas porradas também [pra agradar quem torce por isso]. andei um bocado em terra estranha, paisagem inóspita, lugar perigoso, ar vulcânico. e tô aqui, [provavelmente eu vá reclamar de algo] com uma balança caduca, daquelas de dois pesos e duas medidas, sem a tara nos dentes, com um novo código postal internacional. eu falei inglês, fumei mato estragado, não durmi umas noites, contei com ovo no cú da codorna pra poupar a galinha. [...] crio codornas na Fazenda Metáfora Mentira. vai seguindo. eu juro que por hora, bem. eu comprei uma bota, cumpri um desejo. regulei  a mesma frequência no radinho. existe muita coisa boa que a TV não mostra. PORRA. vi coisa pa caralho, vi gente pa caralho e andei pa caralho muito mermo. Tô esperando o dia vir e me surpreender, tô viciada nisso. tô viciada em novidade. tô caçando sarna pra me coçar. tô naqueles vazios glaciais de sempre outro-tempo-isso-vinha-me-acovardando... que Deus preserve minha fome e minha revolta. é bom ser indiferente, é bom fazer-de-conta-não-saber, é bom não se importar. Um viva à chuva que molhou minha cama. Salva de palmas à minha aura dissimulada e meu convencional proselitismo de quinta. de bosta. Aqui, nada disso me serve. Aqui o buraco é muito³ mais embaixo...