quarta-feira, 4 de abril de 2012

pra você que se faz pequena e só precisa se esconder do mundo.

eu vejo sempre o mesmo fantasma e não é misticismo barato não, é fantasma de gente viva. É fantasma de gente ruim. Todo tempo. Talvez seja um prognóstico de loucura. Tal-vez. Jurei a milhares de santos de gaveta que não voltaria. Nunca rezei tanto na minha vida. E o fantasma está lá. Intacto. Parece até que não vive essa merda. Eu mudei de endereço, manipulei remédios e rotas de fuga. Não me lembro se a culpa foi minha. Mas ele insiste. Aparece em um cara de mesma estatura, cabelo e olhos, em qualquer lugar. E o coração da Dorothy já metralha. Eu vou passar uma temporada no inferno. Sem data de retorno. A vida aqui anda dura e sem previsões favoráveis, vou buscar minha sorte pelos cabelos. E vou respirar. E vou amargar o pão. E vou caçar verruga em casca de árvore oca. Vou mentir pra viver, pra morrer, pra respirar, pra tentar. Tentar parar de ouvir a tal música, o tal olhar desconfiado dos amigos quando eu toco no mesmo assunto, a merda que eu me enfiei e a mentira que eu sei que me vai passar a conta. A mentira do sucesso, a farsa da desfaçatez, aquele aniversário de coisa morta, o luto que não passa e milhares de outras enumerações por falta de construção e arrimo sintático. O tempo faz da gente gato e sapato se a gente deixar. Tudo me faz chorar nessa merda. Tem alguma coisa errada, tem um grito por vir, tem uma notícia triste, tem uma rejeição no ar, tem muita mentira, muita história pra ser contada e desdita. Tem ele vivo, saindo pelo portão e evitando que eu saia à sua procura e o engula na calçada. Eu juro por tudo que há de mais sagrado que eu só queria perder da memória o pedaço que você manchou. Juro. Esquecer seria uma dádiva. Correr e não ver você seria um favor. Ainda está inflamado o coração e toca a maldita música, o hino dos tocos homéricos na vida de qualquer ser humano. Merda!


***

Não passo dum cão que volta ao próprio vômito. Deus me ajude a mudar a 'pala' da minha história. Amém Jesuis.