terça-feira, 20 de janeiro de 2009

sem poesia



talvez todo esse papo de tornar o mundo no mínimo um tanto mais bonito e poético seja conversa de fracos. só gente fraca e frágil fica à mercê das intempéries de tempo. de acasos de destinos distintos, folhetim de novela, flores que brocham no campo, isso sim é o que essa gente é. um punhado de inutilidades, sejamos pacientes amigos, sejamos corajosos, tudo bem que o lobo mal da chapéuzinho anda por perto, mas não é o suficiente pra me fazer fechar a janela que tem uma vista infinitamente sublime a troco de alguns vinténs. Aos ventos leste-oeste-sul-incidentes que me empurram, me preocupam: -preciso ensaiar o beijo perfeito, preciso conter e impulsionar, calar e gritar, ensaiar o adeus, represar lágrima, colocar os pregos que me cabem na sola do pé, um dia vão dizer que não precisava de tudo isso, eu avisei, alguns gritaram, e até morreram. No meu passado. alguém que anda em círculos. oxidando lentes de metal, saltanto de abismos inconsequentes. Toda essa gente é muito careta. toda essa gente pudica tem vergonha do desejo de se agarrar a uma causa infundada. de patentes o inferno está cheio, imagino eu que quando chegar no inferno (destino inexorável) encontrarei muitos colegas de profissão, alguns generais, umas prostitutas, uns cafetões, e minha mãe com uma chinela me esperando. Esse é meu inferno. E isso é só mais uma tentativa desesperada de pregar um instante na parede.