quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

dreams




só faço o que posso, justifico a insônia contando quantos passos preciso pra atravessar uma Avenida movimentada. Quando o sol se revela no dia, clareia alma, pensamento, gesto.


Tenho uma superfície madrepérola, janela da lua.




Uma vez conheci um cara nordestino, que respondia por Ceará, apelidado carinhosamente por seus colegas de trabalho. Vinha do árido sertão, contou com uma emoção que não sei definir e aquele sotaque original, tipo num flash de filme, quando ligou pra sua mãe pela primeira vez depois de sumir de casa (nas suas contas faziam sete dias):




-Mãe! Alô mãe!




-Meu filho! Onde cê tá, meu filho?




-Mãe, eu tô em Anchieta, ES.




-meu filho, vem almoçar! a comida tá pronta, cê tá bem?




(acho que ele quase chorou)




-ôh mãe, num vai dar pra ir almuçá não, eu tô longe demais mãe. É outro estado.




ele me contou que depois que saiu nunca mais voltou praquele lugar, nem tinha vontade de voltar, saiu de lá na cara e na coragem. esse cara fez acontecer, nisso ganhou minha admiração.




é só isso que eu tinha pra falar.