quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

cansei de história da carochinha

aquele homem que tanto a queria não sabia o que ela guardava no bojo esquerdo do sutiã (isso não é um alusão barata ao órgão de propulsão e indução de vida que bate incessantemente na caixa toráxica) ele imaginava que a virgenzinha dos seus sonhos estaria querendo somente mais uma dose de sexo. Homens se enganam com uma facilidade assustadora. principalmente no que diz respeito a sexo. a sede dela era maior. Muito além de transar ouvindo Chico Buarque, muito além do prazer de ver ele se derretendo em banho tépido quando abria a porta do seu apartamento alugado pra mais uma aventurazinha sexual. Cabia-lhe na mão como uma ave. azar o dele se não soubesse voar. já disse que pena é exercício de mentes doentias? em outra hora defendo esta tese. foi com um estranho. ela se perdeu com um estranho. ou o estranho a perdeu em tempo. ela trazia consigo um canivete mínimo. de corte cego. era tão amadora na arte, deveria se portar e convalecer sobre o cadáver, mas o tempo entre o sinal vermelho e o amarelo era pouco pra ampará-la na fuga. esse canivete lhe foi muito útil. abriu seu próprio peito mais tarde pra verificar se ainda haviam vestígios. um corte cego que a levou por ventos estranhos, e encaminhou-a ao escritório de contabilidade das causas perdidas. Ela era exemplo vivo e palpável da situação. falsa virgem, falsa amante, feia, mulher fatal. soam como pólvora aos ouvidos. ateou fogo em aguns livros e decidiu passar uma temporada em um motel barato em Bariloch. As luzes rubras dos amigos porteños a excitavam em demasia.

pobre mujer.