sexta-feira, 20 de julho de 2012

dedicação, memória, preconceito e discurso vazio (não perca seu tempo)




"Quem foi que botou a chuva dentro dos meus olhos..." (Mariana Aydar)

A cidade por aqui vai acordando. Santa Tereza é do outro lado da rua. Vem a velocidade da manhã nos automóveis. Vem a fome de pão. vem o cão cobrar a dissimulação. O enigma eu revelo depois. Do agora... mastigo o concentimento. A mentira é minha. A mentira mora em mim. A mentira por vezes sou eu. e a loucura é expressa em papel timbrado com reconhecimento de firma. quando eu lembro, quando eu lembro do engano, quando eu lembro do engano de...  Não confunda as coisas pelo seu próprio bem. Acredite. E aceite. aceite quando dizem que você é quem está errada. por que. às vezes é isso mesmo. às vezes você nem precisava existir. às vezes você precisava morrer. morrer de morte lenta. de caroços na língua, caroço no olho e ferida na mão. você morta seria um santo remédio.
O grau da minha afetação  e da minha futilidade é absurdamente loquaz. Eu tinha medo e continuo acordando com ele. Vou levá-lo comigo em tatuagem. o medo. tatuado. pele seca e temperatura ambiente.
Juntemos-nos aos pedaços. Curvemo-nos. à exploração sem limites, à vida de porcos ensimesmados, à pateticidade da exclusão. eu estou cansada de matéria morta. cansei de tudo que me diminui. isso me esgota. gota a gota. e não. não me tome por louca. eu só não aprendi a lidar com tanta coisa junta e misturada ao mesmo tempo. o discurso profundo, a verdade absoluta morava naquela hora da manhã, na hora da manhã desperdiçada de todo dia.

um fato
uma foto
uma fita
uma flor
o samba da saia justa.


e o amor, ahh, ele está bem enterrado, bem morto, isolado. o coração está sitiado. não se preocupe. não se preocupem senhores.  e eu não quero isso, seja lá o que isso for.

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