sexta-feira, 30 de abril de 2010

tato e cerejas


você sonha sempre com aquela doce história dos velhos amantes. eu. às vezes deixo escapar um sorriso. percebo que existe uma sede entredentes. traduzível. escolho milhares de vezes a mesma opção. um erro. como uma miragem. nos resolvemos. em sobreposições. arrufos e um leve delírio. corpo. matéria. plural. líquido. escapo com maestria dos inquisidores. são velhas, mordomos, sapos e megeras que espreitam a felicidade alheia. resolvi guardá-lo no mais escuro armário empilhado. local seguro. e nem confesso minha fraqueza. ao suspeitar qualquer traição. ao ligar fora de hora com o pulso em batidas vertiginosas. medindo cada decibel atravessando o tempo, ocupando o espaço. ao ficar com a dor do dia seguinte amansada por uma estabilidade gasosa. queria ditar vocábulos apaixonados em voz alta. ou mesmo telegrafar uma carta de amor. mas. mas. você não entenderia. preferi deixar-nos a sós. com nossa sede.
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