segunda-feira, 23 de agosto de 2010

aberta a temporada de caça. a ostras

a partir dalí não houve nenhum contato. ele e sua blusa de tecido estranho. ela com maquiagem nos olhos e suporte nas ancas. livre e louca. sai varrendo marquises. encara o guarda na esquina e pergunta-lhe o nome. estapeia o entregador de jornais. limpa mais um pote de vidro para iguarias. sempre alucinada. pergunta-se se é ciência ou brincadeirinha de fantasmas aqueles metais voando na cozinha. tudo anda muito turvo. da visão ao horizonte. escala lunar. traumas. flechas. ísquios. seios. plásticos. preços. calendários. maias. mães. silvos breves. uma multa por esquecimento. outra por desapego. e vai quilhando coisas, papéis, playlists, páginas, alvos, meandros. saponáceos. espuma breve e um estado alterado de consciência. consegue cifrar cimento. cabe na palma da mão como um pássaro. essa maldita.