domingo, 30 de setembro de 2012

Vitrais e Sevilha



partindo de uma suposta  experiência cinésica.

É domingo. Manhã de domingo. o assoalho range, os escritos estão pendurados pela mesa, exposta/suposta verdade, tudo é fabricado. Tudo é controlado. Até um "-ai." é medido. Tudo é falso e cenográfico. Câmara de gás. Existem dois anões de jardim à esquerda do muro, santos desertores, uma chacina programada, um cadáver ambulante e a pilha de moedas estrangeiras. todas de época e fora de circulação. O que eu penso não tem importância. O que eu quero também não importa. Eu escolhi ser honesta (juro que vou tentar). Que seja comigo mesma. (entra a mocinha). Tateando entre um viés e outro da barra da saia ela cheira o sangue e tenta limpar os olhos marejados. olhos confusos, violentos, negro lume. O corte na alma desta moça. (a ferida ilustra um crime hediondo). ela tem o peso da culpa do crime. somados ao gosto estranho do visgo de sangue. Ela personifica Vênus. Vênus bombardeada. em carne, gelo, triturada, compasso telúrico. 


(...)

PS.: Preciso correr, a vida por aqui é cruel, linda, oscila entre altas temperaturas e relógios de torre caducos. Param a história e leem cada detalhe com desconfiança. Eu não estou louca, eu juro, eu só estou quieta, tentando respirar e sobreviver à essa merda toda. Leia à vontade meus segredos. Você também é parte deles. Fique à vontade pra cuidar de mim e da minha vidinha pequena de merda. A tosse, o asco e o perfume do mal. da moral e dos bons costumes. que eu já pirei, já morri e já voltei.

bj.