quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ando escrevendo cartas


a um desconhecido. só pra sentir o sabor do tempo. conto milhares de bobagens. conto o que não consigo falar às pessoas de meu convívio social e ou familiar. eu vou contando coisas que nem deviam ser ditas. ando procurando uma poesia. um libelo de pensamento. uma frase de efeito. um deserto. nada certo. só conjecturo em tetos possíveis. cometo calamidades e estas me veem à porta logo cedo. vou usando metáforas. esquálidas. também remeto-me a um passado longínquo com barro, sais e veneno de barata. à vezes eu consigo acordar bem. escrevo. às vezes o tempo me é matéria. fico somente observando a passagem. leio umas inutilidades. aspiro outras impossibilidades. ok. eu não ando bem da cabeça. talvez um dia o conheça. o destinatário.



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