quarta-feira, 16 de junho de 2010

psicopatologia cotidiana


pelo prazer da destruição.

hoje eu posso comprar uma briga. tenho quinhão suficiente pra levar uns tapas na rua e voltar sem dentes pra casa. também posso me confundir com tanta informação. também posso ter crises de amores e ódio. paranóia pânica. já perdi a inocência. não me perturba perdê-la entre lençóis. falso despudor. falsa. um dia me cuspiram na cara. acusaram com todas as cores meu fundo falso. isso é uma coisa que me deixa incomodada ainda. tenho medo das pessoas. da capacidade destrutiva de todas elas. talvez seja um complexo de infância. talvez Freud nem me explique. eu precisava fechar os olhos com segurança. mas eu tenho medo. eu alimento o medo. pra dizer a verdade. eu precisava escorar umas desculpas. eu também precisava saber dizer verdades. intrísecas, essenciais, cadavélicas, exporádicas, sazonais. precisava do sabor, da sede cortante. embaralhar minhas peças, correr por partes, adiantar talvez uma dor, antes que ela venha sozinha. por que quando se entrega à tristeza, consequentemente bate a fraqueza. jogo mau. pérfido. loser's game. mas eu ateei fogo no circo. não quero mais ter pesadelos malabaristas. chega. pedi abrigo e proteção. por muito tempo andei perdida em busca de abrigo. apagão. eu só quero sumir do mapa. perder o senso motor. flutuar com a lua num ritmo bélico.

vou continuar catando minhas migalhas. sozinha. hoje eu espero uma música triste quando entrar em casa. e por tanto invocar tristeza vou derrubar meus ombros pesados sobre algum travesseiro. debulhando flores pláticas e lágrimas. como quem torce um tecido. como quem encontra água no deserto. como alguém que espera e vai padecendo. por ser tristeza e fim. falta coragem. falta-nos coragem. aquela inflamável.

te amo menino. não me queira mal. que eu sofro como nos filmes de final esquisito.


[porra. eu tô ouvindo Maysa!]

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