quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

com problemas e febre


baixa resistência imunológica. baixa no orçamento. baixa estação. uns níveis abaixo do mar. depressão vulcânica. ok. algumas coisas estão precisando ser cuidadas. e minhas plantinhas não bebem Coca-Cola [alguém avise isso às minhas irmãs?] não consigo parar pra ler. não páro pra nada. o que acontece? nem paz eu ando tendo. resisto a toda investida. desconfio de votos de sinceridade. vou comprar um olho turco. mandei ver na arruda atrás da olhera. me disseram pela milionésima vez que a inveja anda secando meu jardim. e vem de onde isso? preciso me afastar. ok. preciso me afastar. preciso olhar de fora. ver que nota mereço. e também um possível recomeço. sabe quando o tempo te convence de algumas coisas? pessoas e objetos são altamente desnecessários na sua estante. sim. é mais ou menos isso. na verdade eu acredito que "talvez a verdade esteja no meio-termo" li num livro. e reforce o argumento. você está quase chegando lá. conversa de aranha da pôrra. tudo isso é bobagem. a verdade é que não quero acabar sozinha no final. não quero engraxar meus sapatinhos de cristal. não quero melancia no café. não quero aquele homem me cheirando de madrugada. tá eu quero sim. mas na hora certa. eu não soube o que fazer. não soube lidar com ela. não soube entender a hora certa de me despedir de algumas coisas. não soube dizer não quando precisava. e nem dizer o quanto estive aflita quando precisava. eu chorei ouvindo Detalhes de Roberto Carlos. ok. ando me comportando como se não fosse eu. esquisito tudo isso. manias importadas. olho o letreiro em inglês e já penso em fuga. penso tantas inúteis vezes antes de agir que coisas perdem o significado no percurso. avalio com tanta severidade o merecimento de objetos indiretos que perco a linha de raciocínio. arremessos. o que está acontecendo? fenomenologia comportamental. um surto de carência e dependência. e a constatação não é minha. pensei em continuar sozinha na tal estrada pra Neverland. mas preciso confessar que preciso e até amo e choro muito por querer você perto. sem desespero. sem confissões imbecis e públicas. preciso viver tanto ainda. preciso tanto tomar coragem. chutar o balde e te pegar pelo colarinho. na violência. por que porrada de amor não dói. espero ter salvação e estar de passagem no tempo certo. também quero ir pro céu. sabendo que não mereço e nem fiz por onde. me perdi no azul infinito e apagaram o caminho da volta pra casa.