quinta-feira, 4 de junho de 2009

saudade de um lugar


óh que saudade de Ouro Preto! aquelas ruas frias, o cachecol necessário, os ladrilhos, a névoa, aquele aroma de coisa quente sendo preparada, as cobertas pra cobrir o frio de uma noite, os arabescos, curvatura barroca, falta de ar, magia de luzes em uma cidade que não é de ninguém. quero levar meus melhores amigos, quero beber até amanhecer, quero aquele frenesi de gente sem pai e mãe por perto. calor e simpatia mineira. é lá que eu sinto a pior das solidões, que eu encontro os loucos, os pederastas, as ninfas, amigos emprestados, estranhos exóticos, alternativos sem causa, misantropos assindéticos, misoginia bélica, anfitriões de galeria, becos escuros, subterrâneos que não existem mais. delicatessen. souvenir. capuchino. geléia de amora. lanche no fim de tarde pra aguentar o rock. horas que caem. o sino da praça central. a forca de Tiradentes. meus pedaços em cada lugar daquela cidade. uma escadaria com abrigo. um homem fazendo companhia. histórias sem fim. aquela cia de atores da rua. missa. procissão. excesso. o que me hipnotiza nesse lugar é o poder de parar no tempo, seu céu azul gelado, brisa seca, pôr do sol, friozinho no estômago.
Ouro Preto não tem mar, não precisa.



um dia eu volto...