domingo, 14 de abril de 2013

o que você nunca vai entender...

sobre máquinas de tortura, nosso amor, fobia de você e necessidade de silêncio absoluto, quem sabe mudar pra Marte mês que vem.


voltamos àquela velha mania de fugir do inevitável. patinação no gelo ártico. fomos nós dois ao parque de diversões e deixamos os brinquedos de lado e resolvemos nos amaranhar nas teias insolúveis do inevitável.  idiossincrasia de bicho. idiotice infantil.
aquele homem que nunca dorme, aquela moça fútil que carrega mil estrelas nos ombros e se parece com um ornitorrinco de sacrifício em noite enluarada de festa pagã.  aaahhhhh as noites... as noites estão cada vez mais longas, a vida cada vez mais curta e quando eu olho pra você e me apaixono pela zilionézima quinta vez pelo seu sorriso surdo e sua voz martelo presente nos meus ouvidos zunidos de piche eu sempre viro um sorvetinho. sorvetinho. isso mesmo. daqueles baratinhos. daqueles vagabundos.
eu quero um ritmo acelerado. eu quero correr a 300km por hora, vou seguir a velocidade da luz, quero alucinação, êxtase, sei lá uma droga potente. a necessidade da suspensaão imediata e a consciência alterada. eu vou comentar ao padre. juro. eu sei que eu vou ter problemas, que eu vou levar umas porradas por minha insolência. eu sei que ele não tem saco pra isso. eu sei que ele precisa dormir. eu sei que a rima está equivocada. e o texto frágil. e a boca suja.

ok. você venceu, batata frita.

eu vou procurar outra forma de comunicar essa merda embolorada. esta merda que não é consonante, que fede, que salta aos olhos. Esta merda que nos mantém vivos. adubo dos sentidos.
dá um puta trabalho sair por aí procurando o amor das pessoas [SABIA?]. e convencê-las que você é uma pessoa boa e que quer sim o bem, quer um pouco de luz nessa vida [tipo Roupa Nova], quer estar entre eleitos, [OS santos] e não procura o reflexo torto, a  face do demo.. não... você não você não quer ver a sombra, nem o desgaste. Você precisa de um salvo conduto. preciso procurar uma igreja. mas tem muito erro competindo. tem uma ambição desenfreada e tem um gosto de sangue na boca, sabe o desejo de vingança? tem tudo isso no combo. sem falar do palavreado falso pretensioso e cadavélico chato do caralho. eu queria explodir metade do mundo e na outra metade eu conservava você, eu colocava pra morar no meio mundo que sobrou, você com seus bichos de estimação, com suas palavras duras, suas pedras amoladas, sua cabeça fechada e sua sensibilidade de orquídea. eu colocava pra morar com você tembém um milhão de pássaros que voassem sempre num mesmo horário, que eles tragam mil primaveras e mil sóis pra acordar o seu sorriso e sua fome de mundo. A função primária desses pássaros é acordar aquele frisson que você tem escondido entre zípers. eu vou sumir por umas horas e vou fazer de você um cão abandonado sem rumo, por que você também precisa aprender a viver sem mim e vai aprender a parar de chorar a minha falta e encher meu saco com as suas implicâncias idiotas. na hora oportuna eu volto pra receber o soco nos dentes e acabar de vez com essa adolescência tardia. vai ser irresponsável assim no inferno. você deve pensar. eu vou levar cinquenta anos pra amadurecer. eu vou levar uma vida pra parar de comparar os graus de latitude entre os meridianos e a masturbação no estreito de Behring com os queijos produzidos na região da Alsácia francesa. nós estaremos velhos e cansados de nós mesmos e cansados das mesmas merdas e cansados por não dormir e cansados do peso do mundo e cansados de todas as exigências do padrão de mediocridade de vida que devagar nos vai sendo imposto. Etc, etc, etc.

eu vou parar por aqui. antes que eu me perca. denovo.









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